Como disse Steve Jobs, em 2005 em um discurso em Stanford, “é olhando para trás que os pontos se ligam” e as coisas fazem sentido.
Dia 27 de agosto é comemorado no Brasil o Dia do Psicólogo, e compartilho uma reflexão sobre a minha trajetória profissional que fiz para o projeto #psicologospelomundo.
Foi tão gostoso recapitular as diversas passagens e ver como os pontos se ligam, que eu trouxe o texto completo para cá.
Entrei para a PUC Rio em 1992. Há exatos 30 anos! E quantas coisas fiz durante essa trajetória.
Em 1995, tranquei a faculdade, casei e fui morar em Milão (Itália), onde descobri a terapia sistêmica de família. Participei de cursos e workshop com Mara Selvini Palazzoli, Luigi Boscolo e Gianfranco Cecchin. Costumo dizer que tive o privilégio de beber direto da fonte!
Confesso que quando recebi o convite de formatura da minha turma e meu nome não estava lá, fiquei um pouco chateada e pensei “Será que fiz a escolha certa?!” Não vou nem responder!
Voltei ao Brasil e concluí a graduação, a especialização em terapia de família e o mestrado em Psicologia Clínica. Não me formei com as minhas bests friends forever mas o conhecimento que adquiri nos 2 (dois) anos em que morei em Milão me conectou com pessoas incríveis para a minha formação. Regina, Terezinha e Cynthia vocês não imaginam o quanto carrego de vocês em mim! Sou muito grata!
Sou muito grata também aos vários encontros maravilhosos que aconteceram ao longo do percurso.
Em 2001 entrei para o corpo docente do Programa de Formação de Empreendedores da PUC-Rio. Sou uma entusiasta do empreendedorismo como meio de inserção profissional e acredito que todos nós manifestamos as características empreendedoras na nossa vida, algumas pessoas mais do que outras, em alguns momentos mais do que em outros. Mas o que o Empreendedorismo tem a ver com a Psicologia? Muito! O foco estava no sujeito da ação empreendedora e, aquele grupo da PUC-Rio fez história.
Um pouco depois conheci o campo de estudos das empresas familiares. Era a combinação perfeita da Psicologia e, mais especificamente, da terapia de família com o Empreendedorismo. Além de ter sido o tema do meu doutorado, por mais de 10 anos minha missão foi produzir e disseminar informações úteis e relevantes para a saúde e continuidade deste tipo de empresas.
Eu era psicóloga, terapeuta de família, especialista em empresas familiares e professora universitária, até que em 2010, entrei para o serviço público federal, como analista de RH do IBGE. Era impressionante como as coisas faziam sentido. Os pontos se ligavam!!
Quem lê isso tudo pode até duvidar. A entrada no serviço público merece um texto só seu. Cheguei curiosa e a experiência superou todas as expectativas.
Eu sempre gostei de transitar por todos esses lugares. Experimentei novas carreiras, novos papéis, descobri habilidades, adquiri competências. A dificuldade de escolher, me levou a um desenvolvimento na lógica do “isso e aquilo” e sou grata por essas junções.
Na década de 1990 estudei o construcionismo social a irreverência terapeuta de Cecchin e isso me marcou. Ao longo dos anos treinei e desenvolvi a escuta ativa, a curiosidade genuína e a empatia, competências fundamentais nos dias de hoje.
Olhando para trás, os pontos se ligam. Mas acho que tive a curiosidade necessária para experimentar, para aprender, para me aventurar e de alguma forma, marcar os pontos.
No final de 2017 sai do RJ, para uma nova aventura na Itália, e um pouco depois me descobri escritora! Não foi um percurso simples; precisei lidar com o desconhecido, com meus medos, sentimentos e emoções.
Escrever sobre migração, estudar sobre interculturalidade, fazer parte de um grupo de mães brasileiras que vivem fora do Brasil me possibilitou organizar minhas ideias, me permitiu conhecer e nomear meus sentimentos, foi um lindo processo de autoconhecimento e amadurecimento. Colunistas do mães mundo afora na Itália (Amanda, Patty, Tati Buzzi e Tati Paiva) e minha revisora querida (Claudia Amalfi) , vocês não imaginam o quanto carrego de vocês em mim!
Nesses 5 anos, fiz um monte de cursos – o mais longo foi o Master em Psicologia do Esporte e Mental coach, para quem não sabe, meus filhos são atletas infanto juvenis e eu quis aprender a teoria do que via acontecer nas quadras de tênis, e os dois último foram: Liderança Remota – pois o mundo do trabalho mudou muito desde 2020 e Apresentação sem firulas – porque adoro fazer um ppt.
Hoje trabalho no IBGE, escrevo sobre a vida em outro país, ajudo famílias a ressignificarem suas histórias de mudança. Sou uma mãe mundo afora, uma psicóloga pelo mundo e uma mulher do Brasil no Norte da Itália. São 30 anos experimentando as várias possibilidades da Psicologia.
Aqui você encontra o post do #psicologospelomundo e aqui você encontra a minha trajetória como terapeuta de família.